PORQUE PRECISAMOS DOS OUTROS PARA SERMOS NÓS.
Um podcast que pretende ser um lugar de diálogo sobre a vida e a morte e sobre as relações que criamos no intervalo. Falaremos sobre o luto, as perdas, a doença e a morte nas diferentes perspetivas ética, estética, clínica, cultural, filosófica, artística e as demais que a vida contém. Promovido pelas Irmãs Hospitaleiras | Casa de Saúde da Idanha no âmbito Projeto de Intervenção Precoce e Apoio no Luto, com o apoio da Fundação La Caixa.
Episodes
Friday Aug 16, 2024
EPISÓDIO #13 - Sofia Teixeira
Friday Aug 16, 2024
Friday Aug 16, 2024
Seremos nós o tempo que nos resta? Se sim, quando confrontados com o diagnóstico de uma doença terminal, como é o testemunhamos? Como é que nos vemos? Como é que nos vêem os outros? Estaremos a morrer ou a viver?Sofia Teixeira, autora do livro “A morrer ou a viver? – histórias de cuidados paliativos” (editado em maio de 2024 com o apoio da Fundação Francisco Manuel dos Santos) é a convidada deste episódio. Conversou com Ricardo Fernandes, onde nos deixa a pergunta do título do seu livro que não se fecha numa só reposta, mas que nos abre às mais difíceis interrogações.
Monday Jul 08, 2024
EPISÓDIO #12 - Maria Elisa
Monday Jul 08, 2024
Monday Jul 08, 2024
Qual é o peso das palavras? Cancro é uma palavra que assombra a expectativa da maior parte de nós. Desdobra-se em significados e palavras diferentes: medo, angústia, morte, mas também esperança, resilência, amar e cuidar.
Maria Elisa Domingues, figura incontornável do jornalismo em Portugal, escreveu o livro “Amar e Cuidar” após a cirurgia da sua mãe a um cancro de mama. Foi editado em 2012 e nele é partilhada a sua vivência enquanto cuidadora, narrando o seu percurso ao longo da doença da sua mãe. É um trabalho literário cuidadosamente conduzido, onde se encontra a simplicidade das palavras.
Neste episódio, Ricardo Fernandes conversa com a autora, sobre amar e cuidar, sobre os cuidadores informais em Portugal, sobre cuidados paliativos e sobre a sua vivência da doença da sua mãe.
E no título deste livro: amar e cuidar – qual o peso das palavras? Se amar nos expande, cuidar será, talvez, uma forma de confirmar esse mesmo amor.
Monday May 13, 2024
EPISÓDIO #11 - Daniel Blaufuks
Monday May 13, 2024
Monday May 13, 2024
Na última página do livro Não Pai de Daniel Blaufuks, está escrito: no way to say goodbye, fazendo referência à morte de Leonard Cohen. Haverá forma de dizer adeus quando ficou por dizer tudo o resto? Daniel Blaufuks, nascido em Lisboa, conta com um portfólio artístico documentado em fotografia, filme e livro. Interessa-se pela relação entre o tempo e o espaço e, também, pela documentação da memória pública e memória privada. Não pai, editado em novembro em 2019, é um livro escrito após a morte do pai do autor, e é um trabalho sobre o abandono, sobre o exílio, sobre a perda e sobre a contínua procura de uma fotografia que não existe: a do seu pai a seu lado. No último parágrafo do livro, Daniel pergunta: será que tudo passa menos o passado? Pode uma ausência ser mais presente do que uma presença? Neste episódio, Ricardo Fernandes conversa com o autor sobre este livro, explorando temas sobre o luto pelo abandono e a importância da memória e da fotografia para integrar as perdas que vivemos ao longo da vida.
Monday Mar 18, 2024
EPISÓDIO #10 - Alexandra Coelho
Monday Mar 18, 2024
Monday Mar 18, 2024
“Susan Sontag uma vez escreveu: o tempo existe para que não te aconteça tudo de uma só vez e o espaço existe para que não aconteça tudo somente a ti. Talvez uma metáfora para dizer que há dores que são grandes demais para nos chegarem inteiras. E no dor de um luto? Quanto tempo é tempo suficiente e como fica o espaço - dentro e fora de nós - quando perdemos alguém que amamos?
A clínica do luto tem-se revelado importante para a facilitação da adaptação à perda. No episódio de hoje, Ricardo Fernandes conversa com a Dr.ª Alexandra Coelho sobre o luto enquanto eventual problema de saúde mental, abordando fatores de risco, manifestações de luto e de que forma o processo de luto é tão único quanto a pessoa que o vive.”
Monday Jan 29, 2024
EPISÓDIO #9 - Miguel Aguiar
Monday Jan 29, 2024
Monday Jan 29, 2024
Mais do que aquilo que está à nossa frente, o futuro é sempre aquilo que esteve atrás de nós. A humanidade é a continuidade do seu passado.
A história enquanto disciplina académica, ajuda-nos na compreensão do quão dependente estamos dos outros e da forma como viveram antes de nós. As heranças, deixadas em testamento, são um exemplo claro disto mesmo: o futuro é um sintoma do passado. O legado que deixamos após a nossa morte foi o ponto de partida para pensar o episódio de hoje.
Neste episódio, Ricardo Fernandes conversa com Miguel Aguiar, para nos ajudar a pensar e a descobrir alguns detalhes e curiosidades sobre os testamentos em Portugal ao longo da Idade Média.
Miguel Aguiar é doutorado em História pela Universidade do Porto e pela Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne e especialista em História Medieval. É, desde 2021, membro do Instituto de Estudos Medievais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É investigador contratado no projeto Vincullum – Entailing Perpetuity: Familiy, Power, Identity. The Social Agency of a Corporate Body, liderado por Maria de Lurdes Rosa e financiado pelo European Reasearch Council.
Monday Dec 18, 2023
EPÍLOGO.
Monday Dec 18, 2023
Monday Dec 18, 2023
Findada a primeira temporada de episódios apoiada pela fundação La Caixa, a Casa de Saúde da Idanha prossegue com este lugar de fala para nos respondermos – e também para nos perguntarmos – porque precisamos dos outros para sermos nós.
Ricardo Fernandes continuará à conversa com convidados onde a morte, a perda, o luto, os cuidados paliativos e, sobretudo, a vida são o tema central de cada episódio.
Monday Mar 06, 2023
EPISÓDIO #8 - Inês Meneses
Monday Mar 06, 2023
Monday Mar 06, 2023
“A minha mãe foi o meu primeiro país. O primeiro lugar em que vivi. Nayyairah Waheed escreveu este verso onde cabe uma das maiores dores de todas.
A findar a primeira temporada deste podcast, Inês Meneses retorna ao lugar onde esteve no primeiro episódio. Desta vez, para falar na primeira pessoa sobre o seu processo de luto pela perda da sua mãe. Autora do livro de crónicas “O Coração Ainda Bate”, Inês confessa de forma intimista episódios de uma viagem de regresso a seu país, e à sua geografia que só ela conhece: a sua mãe. Embora não soubesse, algumas destas crónicas foram um caminho que fez para o seu luto. “As mães deviam viver para sempre!”, escreveu numa das suas partilhas no instagram, após a morte da sua. Talvez por isso, diga que “o coração da sua mãe bata agora dentro do seu.” Não é uma metáfora, é o pragmatismo maior da vida: quando se silencia um coração, resta o nosso a bater por ele.
Inês Meneses é radialista, escritora e há 15 anos que assina a coautoria do projeto “O Amor é” com o psiquiatra Júlio Machado Vaz. Conduz entrevistas no programa “Fala com Ela”, da Antena1. Neste episódio, Ricardo Fernandes fala com ela sobre a vida e a morte, e o amor que pode acontecer nesse intervalo. O amor, esse substantivo que se pressente nas suas publicações e que está sempre lá quando a espaços fala da perda e do seu luto. Afinal de contas, o amor e a dor da perda, são duas faces da mesma moeda, são duas leituras do mesmo parágrafo.
Friday Feb 24, 2023
EPISÓDIO #7 - Sofia Figueiredo
Friday Feb 24, 2023
Friday Feb 24, 2023
As crianças, que têm todas as perguntas do mundo, lembram-nos que há respostas a menos para explicar o que muitas vezes os adultos não conseguem descrever. No entanto, para onde vão as coisas que perdemos?
Os adultos tendem a proteger as crianças do impacto da perda de alguém significativo: adia-se a transmissão da má notícia, distorce-se a verdade, veda-se o acesso da criança ao velório ou ao funeral, evita-se chorar perto da criança. Enfim, tenta-se minorar o impacto da circunstância, partindo-se da crença errada de que as crianças não têm capacidade para entender a morte e o morrer, correndo-se o risco de as deixar sozinhas a viver sentimentos e pensamentos muito confusos.
Para nos ajudar a entender um pouco melhor sobre o luto nas crianças, Sofia Figueiredo conversa com Ricardo Fernandes. É psicóloga clínica e da saúde, especialista em psicoterapia. É psicanalista de adulto e Psicanalista candidata de crianças e adolescentes da Sociedade Portuguesa de Psicanálise.
Wednesday Feb 15, 2023
EPISÓDIO #6 - Rafaela Ferraz
Wednesday Feb 15, 2023
Wednesday Feb 15, 2023
A nossa última morada. É assim que chamamos ao lugar onde situamos quem morreu: os cemitérios. São lugares de contrastes, intensificados por aquele que é o mais óbvio de todos: a morte observada pelos vivos. São um lugar de respeito, de recordação, de saudades, de lamento, de assombro, mas também de expressão artística e arquitetónica, contendo um espólio e património cultural único. Em todo o caso, contam as histórias das suas aldeias e cidades e, paradoxalmente, da vida das suas pessoas.
Mas qual a origem do espaço cemiterial e como é que evoluiu ao longo dos tempos até aos dias de hoje? Como serão no futuro? São diferentes nas demais geografias e difentes latitudes?
Neste episódio, Ricardo Fernandes convidou Rafaela Ferraz para conversar sobre o espaço cemiterial numa perspetiva histórica, legal, estética, e regulamentar. É escritora, investigadora e coautora do livro “Death and Funeral Practices in Portugal”, publicado em 2022. Os seus interesses centram-se nas práticas funerárias portuguesas atuais e emerges e na sua evolução do ponto de vista legal e regulamentar.
Monday Jan 16, 2023
EPISÓDIO #5 - Miguel Julião
Monday Jan 16, 2023
Monday Jan 16, 2023
Imaginemos um encontro entre dois estranhos. O que perguntar quando queremos conhecer alguém? E que resposta daríamos a essa pessoa se nos fizesse essa pergunta? Talvez respondamos o nosso nome, a nossa profissão, onde vivemos, qual a nossa terra natal, quais os nossos sonhos, o que fizemos e o que queremos ou desejamos fazer. Imaginemos, agora, que no encontro entre essas duas pessoas, uma delas vive com uma doença terminal. Mudaríamos a pergunta? Mudaríamos a resposta?Ricardo Fernandes, convida Miguel Julião para uma conversa entre dois conhecidos acerca da dignidade humana na vivência de uma doença terminal.
Sobre nós
A Casa de Saúde da Idanha pertence às Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus e foi fundada em 1894.
É uma unidade de saúde hospitaleira de referência na prestação de cuidados especializados em Psiquiatria e Saúde Mental, Demências, Reabilitação Global e Lesão Cerebral, Reabilitação Psicossocial, Reabilitação Física e Cuidados Paliativos, com respostas assistenciais aos níveis de ambulatório, internamento e comunitário.